terça-feira, 30 de julho de 2013

Resumo Histórico - PORTO DE SÃO SEBASTIÃO

 

Martim Afonso de Souza, explorando a costa do Brasil, com o intento de fundar em algum ponto dela uma colônia, entrou em 20 de janeiro de 1532 no canal formado por uma península do continente e uma ILHA à qual deu nome de SÃO SEBASTIÃO. O nome transmitiu-se depois à vila de São Sebastião, criada em 16 de março de 1636, pelo procurador dos herdeiros dos primeiros donatários da capitania de São Vicente.
No início da década de 1840, a pequena São Sebastião tinha pouco mais de "seis mil almas, o que não é muito, porque só a vila tem mais de duas mil", conforme o Dicionário Geográfico, Histórico e Descritivo do Império do Brasil, editado em 1845. Esse mesmo livro descrevia o porto nos seguintes termos:

"Seu porto, que serve de entreposto dos produtos agrícolas dos distritos dos sertões vizinhos, fica sobre o estreito de Toque-Toque, e dá bom surgidouro às embarcações por ser o seu fundo vasoso, com quatro braças d'água, e puderem sair a toda hora, tanto pela entrada do norte como pela do sul. Faz-se nele grande comércio em açúcar, café, aguardente de cana, tabaco, e louça de barro, gêneros que se exportam para o Rio de Janeiro."

Com pequenas alterações em sua instalações, o porto manteve-se como entreposto de comércio regional ao final da era dos grandes veleiros. Foi somente na década de 1920 que se viu a necessidade e a conveniência de se criar um porto público no município de São Sebastião.
Em 13 de dezembro de 1929 a Câmara dos Deputados aprovou Projeto de Lei autorizando a construção de um porto moderno na cidade, que deveria servir de apoio e complementação ao de Santos.
Para a construção e exploração comercial do porto de São Sebastião, a União celebrou contrato com o governo do estado de São Paulo, em 26 de outubro de 1934, pelo prazo de 60 anos. As obras, no entanto, começaram somente em 26 de abril de 1936, a cargo da Companhia Nacional de Construção Civil e Hidráulica. O período de implantação, fixado inicialmente em três anos, foi prorrogado para 25 de abril de 1943 pelo Decreto 8.231, de 17 de novembro de 1941.
A inauguração oficial do porto aconteceu em 20 de janeiro de 1955, com a sua exploração exercida pelo órgão estadual Administração do Porto de São Sebastião, criado em 18 de setembro de 1952.
Em 1961 começaram as obras do Terminal Marítimo Almirante Barroso - Tebar, da Petrobras, que perduraram até 1969. Seus dutos ligam São Sebastião a Santos, Cubatão, Paulínea e Capuava. Em 1968 o petroleiro norueguês BJorgfjell realizou a primeira operação de atracação no pier, inaugurando o terminal com o bombeamento de petróleo cru trazido do Iraque. Hoje é administrado pela Petrobras Transportes S/A - Transpetro.
O Órgão de administração do porto foi reestruturado em 4 de julho de 1978 e, a partir de 4 de maio de 1989, estabeleceu-se convênio entre a Secretaria de Estado dos Transportes e a empresa estadual Desenvolvimento Rodoviário S/S - Dersa, para a administração do Porto de São Sebastião. Em 1993, com a mudança da legislação portuária, o papel de autoridade portuária em São Sebastião passou também à Dersa.
O convênio de delegação da União para o Estado de São Paulo foi renovado, por mais 25 anos, prorrogáveis, no dia 15 de junho de 2007. Através do Decreto Estadual 52.102, de 29 de agosto de 2007, foi criada a Companhia Docas de São Sebastião, para administrar o porto. A posse da primeira diretoria se deu em 15 de outubro de 2007, em reunião do Conselho de Administração da Companhia Docas de São Sebastião.


CLIQUEM E LEIAM : http://www.portodesaosebastiao.com.br/pt-br/arquivos/documenta/dicionario-geografico-do-imperio-1845.pdf

DICIONÁRIO GEOGRÁFICO,

HISTÓRICO E DESCRITIVO,

DO IMPÉRIO DO BRASIL

 
CONTENDO

A ORIGEM E HISTÓRIA DE CADA PROVÍNCIA, CIDADE, VILA E ALDEIA;

SUA POPULAÇÃO, COMÉRCIO, INDÚSTRIA, AGRICULTURA E PRODUTOS

MINERALÓGICOS;

NOME E DESCRIÇÃO DE SEUS RIOS, LAGOAS, SERRAS E MONTES;

ESTABELECIMENTOS LITERÁRIOS,

NAVEGAÇÃO, E O MAIS QUE LHES É RELATIVO.

Obra coligida e composta durante vinte e seis anos de residência

e de longas peregrinações por diversas províncias do Império, com o auxílio

dum sem número de manuscritos, e de obras publicadas em diversas línguas

por escritores tanto antigos como modernos,

e de muitos documentos oficiais,
 
(...)

São Sebastião.



Antiga vila marítima da província de São Paulo, em vinte e três graus,



quarenta e oito minutos e vinte segundos de latitude, e em quarenta e sete graus,

quarenta e nove minutos e trinta segundos de longitude ocidental. Martim Afonso de

Souza, explorando a costa do Brasil, com o intento de fundar em algum ponto dela uma

colônia, surgiu em 20 de janeiro de 1532 no canal ou esteiro, formado por uma

península pegada com o continente, e uma ilha a que ele pôs o nome de São Sebastião,

por isso que a igreja solenizava neste dia a festa deste Santo, nome que ela conservou e

transmitiu ao depois à vila de São Sebastião, a qual foi criada em 16 de março de 1636,

pelo procurador dos herdeiros dos primeiros donatários da capitania de São Vicente.

Aplicaram-se os habitantes desta vila à agricultura e fabrico de panos de algodão, mas o

interesse da metrópole deu corte a esta indústria, e juntamente à do plantio das vinhas e

oliveiras, por ser o vinho e o azeite os principais objetos que os regnícolas exportavam.

Passado tempo, vieram novas leis proibitivas interromper todo o trato entre os

habitantes do sul do Brasil e os do Norte, e

vice-versa. Os habitantes da província de



São Paulo foram por cima disto oprimidos com uma ordem do governador Antônio José

da França Horta, segundo a qual todos os gêneros da província deviam de ser

conduzidos ao porto de Santos, e não aos da província do Rio de Janeiro. Durou este

estado de cousas até a chegada da família real em 1808, e com o governo imperial

começou a prosperar a agricultura do distrito da vila de São Sebastião, e seus moradores

a melhorarem de condição. Por alvará de 9 de outubro de 1817, criou-se nesta vila um

juiz de fora encarregado juntamente do civil e crime dos distritos de Vila Bela da

Princesa e de Ubatuba, até então administrados por juízes ordinários, cuja nomeação,

posto que pertencesse ao povo, havia cessado de o ser, por intrigas dalgumas pessoas

poderosas, que haviam feito fosse aquele emprego hereditário em suas famílias. Jaz a

vila de São Sebastião na extremidade duma península fronteira à ilha de que tomou o

nome: as ruas são de areia e as casas mesquinhas; tem com tudo uma escola de

primeiras letras e uma cadeira de latim. O padroeiro de sua matriz é o Santo do seu

nome; além desta igreja tem um convento de Franciscanos. Seu porto, que serve de

entreposto dos produtos agrícolas dos distritos dos sertões vizinhos, fica sobre o estreito

de Toque-Toque, e dá bom surgidouro às embarcações por ser o seu fundo vasoso, com

quatro braças d’água, e puderem sair a toda hora, tanto pela entrada do norte como pela

do sul. Faz-se nele grande comércio em açúcar, café, aguardente de cana, tabaco, e

louça de barro, gêneros que se exportam para o Rio de Janeiro. As terras do distrito

desta vila são de boa lavra, e o clima em geral sadio, exceto em algumas baixas onde

reinam anualmente as febres intermitentes. Cultiva-se nelas bastante cana, colhe-se café,

tabaco, milho, feijões, etc. Há grande número de engenhos onde se destila aguardente,

fornos de telhas e tijolos, e de potes. Avalia-se em mais de seis mil almas a população

deste distrito, o que não é muito, porque só a vila tem mais de dous mil

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