O projeto prevê a construção de nove quilômetros entre a Costa Norte de Sebastião, na altura do Bairro Jaraguá, e o terminal portuário que contorna o município até o Bairro Topolândia.
Seis quilômetros serão compostos por túneis e os outros três quilômetros por viadutos e pista.
O trecho é constituído por duas pistas, sendo que cada pista possui duas faixas de rolamento e um acostamento. O projeto como um todo tem aproximadamente 33 quilômetros.
PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL
A obra é realizada na Mata Atlântica e segue uma série de procedimentos e cuidados ambientais. O engenheiro de administração contratual da Queiroz Galvão, Ricardo Espindola Goulart, explica que, antes de ser feita qualquer supressão vegetal, são realizados os serviços de resgate da flora e fauna, assim como o afugentamento dos animais.
“Essas ações pretendem minimizar as interferências no ecossistema no qual o empreendimento está inserido. Elas permitem a transferência das plantas para um viveiro de mudas onde são mantidas até sua destinação final”, diz o engenheiro.
A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) determina as áreas de compensação ambiental, nas quais, serão feitos os replantios com espécies nativas da região. Já o serviço de afugentamento de fauna ocorre para resgatar animais antes que a supressão vegetal seja realizada, inclusive insetos como besouros e colmeias de abelhas.
“O resgate é feito apenas em indivíduos que não conseguem fugir por conta própria. Nesses casos, eles são realocados em áreas florestais preservadas no entorno do empreendimento. Animais machucados são levados para o centro de triagem, onde recebem os cuidados necessários”, conclui Goulart.
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DESAFIOS GEOLÓGICOS
As condições de execução das obras, devido à topografia bastante acidentada, características inerentes a Serra do Mar, estão entre os principais desafios nesse projeto. Por isso, de acordo com o diretor de contrato da obra, engenheiro Paulo Humberto Cavalcanti Celestino, a Queiroz Galvão investiu em equipamentos com tecnologia de ponta e mão de obra especializada.
“Buscamos consultores com ampla experiência nesse tipo de obra e na região para a realização de estudos geotécnicos (sondagens) e estudos geofísicos (método sísmico, elétrico e magnetismo)”, informa Celestino.
De logística difícil, todos os acessos só podem ser feitos por dentro da comunidade. Até agora, o projeto gerou cerca de 500 empregos diretos na região. A expectativa da companhia é contar com aproximadamente 2 dois mil empregados no auge da obra. O investimento do governo do estado de São Paulo na obra dos lotes 3 e 4 são está na margem de R$ 1 bilhão.
Segundo o gerente de produção, engenheiro Rodrigo Marota Makassian, o volume total de movimentação de terra, incluindo corte de aterro e escavação em rocha, será de cerca de 2,600.000 metros cúbicos.
“Parte do material rochoso escavado dos túneis será aproveitado na obra. Ao todo, serão consumidos aproximadamente 170 mil metros cúbicos de concreto”, explica Rodrigo.
EQUIPAMENTOS NOVOS
Com frota própria e terceirizada, a obra Contornos de São Sebastião inicia o ano de 2015 com uma média de 180 equipamentos trabalhando nas frentes de produção. Nos períodos de pico, esse número chegará 500 unidades.
De geologia variada, alguns locais do solo são constituídos de rochas fragmentadas, o que impossibilita o ciclo normal de escavação. Os túneis são construídos com os métodos NATM (New Austrian Tunnelling Method) e D&B (Drill and Blast).
O primeiro consiste na escavação sequencial do maciço com concreto projetado para suporte. Já o método D&B é basicamente a perfuração e detonação. A frente é escavada e perfurada com furos horizontais, onde é feita a detonação.
“São utilizados jumbos de perfuração para cada emboque dos túneis, nos dois sentidos”, explica o gerente de manutenção da obra, engenheiro João Pimentel Gomes Filho. “Para manter boa produtividade, trabalhamos em duas frentes simultâneas de túneis”, diz ele que acrescenta também a construção da ligação entre dois túneis.
A Queiroz Galvão conta com estações de tratamento e reutilização das águas empregadas em trabalhos de perfuração (tanto em arrefecimento de ferramenta como limpeza do furo) e na lavagem dos equipamentos. O processo é acompanhado pela Cetesb e possibilita que o recurso hídrico seja devolvido em condições semelhantes as captadas na natureza.
A construtora utiliza um manipulador telescópico JCB 540-170 adquirido na Auxter, para trabalhos como carregamento de material e também garantir acessibilidade na obra, principalmente na construção dos túneis.
De acordo com o gerente de atendimento a grandes contas da Auxter, Aércio Colombo, o equipamento é ideal para o tipo de operação em obras tuneleiras. “A boa altura livre ao solo e direção nas quatro rodas dão confiabilidade para esse manipulador”. completa.
COLABORARAM PARA ESTA MATÉRIA
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- Paulo Humberto Cavalcanti Celestino – Diretor de contrato da Queiroz Galvão
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- Rodrigo Marota Makassian – Gerente de produção da Queiroz Galvão
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- Aércio Colombo – Gerente de atendimento a grandes contas da Auxter